Bem-vindos ao Impérios Rex e Lady Marian!

Bem-vinvos ao Impérios Rex e Lady Marian!


Este site foi criado objetivando trazer um pouco de entretenimento, ao meu ver, saudável, pelo menos pra mim, que gosto de escrever, ler e comentar, e a partir daí gerar discussões sobre os temas quadrinhos, cinema, seriados de TV e até pequenos textos, que poderão agradar a alguns e desagradar a outros tantos. Sem fins lucrativos, apenas mera distração inconsequente. Pode parecer similar a outros já existentes, mas perceberão com o tempo um diferencial agradável. Enfim, vamos entrar no espaço do Impérios Rex e Lady Marian. Sejam realmente bem-vindos! Este espaço é para todos!

sábado, 25 de julho de 2015

A VERDADE JÁ ESTAVA LÁ FORA


OS INVASORES



Novamente pela inesquecível TV Itacolomi, tomei contato com uma série extraordinária, uma ficção que mais parecia um bom filme de terror, naqueles maravilhosos anos 60.
As noites de Sábado até então eram reservadas para o Telecacth Montilla, o western Bonanza e o instigante Além da Imaginação, até que  em 1967 estreava, e eu assistia, como sempre em uma TV em preto e branco, Os Invasores (The Invaders), criada por Larry Cohen e estrelada pelo desconhecido Roy Thinnes. Ah, estava esquecendo: o seriado era patrocinado pela Gessy Lever e Martini.
Segundo vários autores a série foi baseada num filme de 1956, feito nos EUA, dirigido por Don Siegel, chamado Invasion of the Body Snatchers, (aqui no Brasil passou com o título de Vampiros de Almas), estrelado por Kevin McCarthy e Dana Wynter. Esta tese é ainda mais reforçada pois os atores Kevin McCarthy e Dana Wynter participaram de dois episódios da série: The Watchers e The Captive.
Os Invasores foi apresentada nos EUA pela rede de televisão ABC, de 10 de Janeiro de 1967 até 26 de Março de 1968, num total de 43 episódios de 50 minutos cada. 




O primeiro episódio da série, (Beachhead/Cabeça de Praia), iniciava com um fundo musical de dar arrepios, assinado pelo mestre Dominic Frontiere e o cenário de uma localidade deserta, escura, abandonada, percorrida por um Ford Sedan prateado, com teto de vinil branco, dirigido por David Vincent, (Roy Thinnes).

Começava assim a fantástica saga de David Vincent, um homem comum, um arquiteto bem sucedido, que de forma inusitada, ao presenciar e testemunhar a aterrissagem de um disco voador, uma nave de outra galáxia, mudaria totalmente sua vida. Por exatos 43 episódios, David passaria a ter dois únicos objetivos na vida, de forma desesperada, tentaria evitar os planos de invasão da Terra e procuraria um meio de convencer um mundo descrente de que o pesadelo já havia começado.

Os invasores eram seres de um planeta que estava para ser extinto e já se encontravam entre nós, haviam tomado a forma humana e tinham iminentes planos de invasão em massa para fazer da Terra o seu mundo. Apesar de se confundirem com a aparência humana, os invasores não tinham pulsação, não apresentavam batidas cardíacas, não possuíam sangue nas veias e alguns apresentavam uma notável deformidade no quinto dedo das mãos, causada por um erro de cálculo no processo de mutação para a forma humana
Após algum tempo na forma humana,  precisavam se regenerar em gigantescos tubos movidos por geradores potentíssimos de tecnologia alienígena e brilhavam feito luzes incandescentes antes de morrer, sendo  pulverizados não deixando  rastros ou sinais de suas presenças na forma humana. Os episódios que compõem toda a trama são centrados numa personagem inicialmente tido como um lunático pela opinião pública.
 Um arquiteto que é motivo de chacota em todo lugar que aparece, mas que representa o que parece ser a única tábua de salvação para uma humanidade descrente. Um personagem solitário que enfrenta uma raça de seres invasores que objetivam o domínio pleno do mundo terreno. 

 
Além da metáfora óbvia do medo comunista, a série se sustentava em pernas próprias, sempre nesse clima de conspiração e abordando temas universais em textos muito bem trabalhados. Um dos meus favoritos trata de religião (s01e12 – The Storm) e a pergunta ao final era: se é errado matar seres humanos, o que dizer de matar alienígenas, já que eles seriam produto do mesmo Deus que nos criou (ou, no caso de você ser ateu, se os aliens também têm uma consciência análoga à dos seres humanos)?




O que mais me surpreendeu foi como The X-Files chupou toda a mitologia principal de The Invaders. Não é segredo nenhum que Chris Carter disse ter usado o seriado como inspiração, mas ao assistir e analisar, o grau de semelhança foi muito maior do que eu esperava. A caracterização do protagonista (Fox Mulder = David Vincent), vários arcos da trama, temas e plots de episódios, a ideia do “Sindicato” (tirada do episódio duplo Summit Meeting) e até locações, como extensos campos de milharal sendo cenários de perseguições e silos misteriosos/bases militares no meio do nada escondendo segredos de outro mundo. Carter prestou uma homenagem explícita ao escalar Roy Thinnes para viver Jeremiah Smith, um ser com habilidades de cura, num ótimo arco de The X-Files.
É interessante ver como estruturalmente a série conseguia atingir tanto uma mitologia forte quanto se estabelecia com episódios semanais independentes. Você não perdia o fio da meada se não assistisse a alguns episódios. Mas, vendo tudo em sequência, percebe-se claramente um crescendo na trama, com David Vincent conseguindo cada vez mais atingir os planos alienígenas, descobrir que eles estão exercendo cargos importantes, como juízes, políticos, etc..

























Ao final, David Vincent não consegue colocar fim à conspiração alienígena e a série foi cancelada por baixa audiência, com 43 episódios exibidos. Em 1995, talvez por causa do sucesso de The X-Files, uma continuação foi feita no formato de minissérie, com Scott Bakula (da série Quantum Leap) vivendo outro personagem que combatia os aliens invasores





                                                        Abertura original de "Os Invasores"

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