MOTOQUEIRO FANTASMA (THE GHOST RIDER)
A Panini
Comics traz de volta as primeiras histórias do Motoqueiro Fantasma dentro da
publicação Coleção Marvel Terror, após o sucesso de A Tumba de Drácula.
Antes de
começarmos, queria destacar que o nome original do Motoqueiro Fantasma é Ghost
Rider, o que, numa tradução literal teria o nome de Condutor Fantasma. Tanto é
assim, que o primeiro Ghost Rider era um Cavaleiro da época do faroeste – numa
época em que o gênero do faroeste fazia muito sucesso -, criado em 1961 por
Gary Friedrich e Roy Thomas, os mesmos criadores do Motoqueiro.
Também, nos
anos 90, surgiu sua versão mais popular, o Motoqueiro Fantasma, Danny Ketch,
criado por Howard Mackie e Javier Saltares, cuja revista durou oito anos. A
origem dele acontece após Danny e a irmã serem perseguidos por ninjas e o
rapaz, sem querer, toca numa motocicleta encantada e se torna o novo Motoqueiro
Fantasma. Entretanto o Motoqueiro que foi encarnado nos filmes com Nicholas
Cage, foi o do que vamos falar agora, Johnny Blaze.
Buscando
uma cura para uma rara doença sanguínea de seu pai adotivo, Crash Simpson,
Blaze faz um pacto com Satã, trocando sua alma pela do velho. Mas Satã
trapaceia e Simpson acaba morrendo numa demonstração de acrobacias
motociclísticas. Blaze, que havia jurado a sua mãe adotiva nunca mais usar uma
moto em público, toma o lugar de Simpson e, como o Motoqueiro Fantasma quebra
seu recorde, saltando 42 carros. Assim, Blaze e sua irmã adotiva/
namorada/donzela em perigo Roxanne passam a se apresentar pelo país,
enfrentando fileiras de carros, feiticeiros e demônios.
Levando
para o contexto da época, os anos 70, foi um dos pontos de mudança do Código
dos Quadrinhos, que então permitia que criaturas sobrenaturais pudessem ser
usadas nos quadrinhos. Nessa época revistas de horror como Creepy e Eerie
faziam muito sucesso. Isso logo atraiu a Marvel para esse nicho. O Motoqueiro
Fantasma, junto com Drácula, Lobisomem, Zumbi e a Múmia foi um dos personagens
que surgiram nessa leva. A primeira aparição de Blaze se deu em Marvel
Spotlight #5, e durou até a edição 11, quando o anti-herói ganhou sua revista
própria.
As
histórias contidas nesse volume não possuem o clima de terror que, por exemplo,
uma Tumba de Drácula possui. Elas são mais “moderninhas”, se é que se pode
falar assim de uma revista publicada há quase 40 anos atrás. As legendas, por
exemplo, conferem um clima noir, semelhante ao Sin City de Frank Miller. O
início da história já mostra uma chuva inclemente caindo sobre a cabeça
fumegante e incandescente do Motoqueiro Fantasma. Esse recurso é mais presente
nas primeiras histórias e dão uma certa literariedade para a trama. Já o traço
sinuoso de Mike Ploog confere uma sensualidade sinistra á história tanto nas
curvas e no rosto inocente de Roxie, quanto no peito nu de Blaze e nos couros
do Motoqueiro Fantasma. Depois, Plogg deixa o título a cargo de Tom Sutton.
Por outro
lado, muitos rituais de satanismo são vistos nas histórias, coisas que mesmo
hoje em dia em histórias de autores renomados, como Jason Aaron, que tem um pé
no satanismo e fez uma das melhores fases do Motoqueiro, existem. Nas histórias
dos anos 70 eles possuem uma força e potência que as histórias atuais não possuem.
Nas
histórias também se fazem presente sequências muito interessantes de
perseguições ao Motoqueiro Fantasma que faz fugas inexplicáveis e malabarismos
incríveis, que seria muito legais de serem vista em filmes – os dois filmes com
o Nicholas Cage não contam, tá certo? Depois do primeiro arco resolvendo a
confusão entre Crash e Roxanne, temos uma história com Blaze tentando saltar um
cânyon, porém é impedido pelos índios, se envolvendo com rituais de feitiçaria
xamânica. Essa história nos leva ás origem do personagem Ghost Rider que, como
falei era um Cavaleiro do velho oeste.
Hoje em
dia na Marvel não há uma publicação do Motoqueiro. Porém, o personagem – e o
Cavaleiro Fantasma – ganharam duas minisséries pelo selo MAX por Garth Ennis e
Clayton Crain. A última publicação com o título Ghost Rider foi cancelada ano
passado e trazia Robbie Reyes, o Motorista Fantasma, que dirigia um carango
enlatado e cujo visual foi inspirado em Zayn Malik, ex-integrante da banda One
Direction. Ainda, após a saga A Essência do medo, tivemos uma nova Motoqueira
Fantasma, chamada Alejandra, mas seu título foi um fracasso que durou apenas 8
edições.
Esperemos que a Panini Comics dê sequência à série do Motoqueiro.
Este volume 01 trás histórias publicadas em Marvel Spotligth 05 (Agosto/1972), 06 (Outubro/1972), 07 (Dezembro/1972), 08 (Fevereiro/1973), 09 (Abril/1973), 10 (Julho/1973), 11 (Agosto/1973), e Ghost Rider 01 (Setembro/1973).
Esperemos que a Panini Comics dê sequência à série do Motoqueiro.
Este volume 01 trás histórias publicadas em Marvel Spotligth 05 (Agosto/1972), 06 (Outubro/1972), 07 (Dezembro/1972), 08 (Fevereiro/1973), 09 (Abril/1973), 10 (Julho/1973), 11 (Agosto/1973), e Ghost Rider 01 (Setembro/1973).
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