Bem-vindos ao Impérios Rex e Lady Marian!

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Este site foi criado objetivando trazer um pouco de entretenimento, ao meu ver, saudável, pelo menos pra mim, que gosto de escrever, ler e comentar, e a partir daí gerar discussões sobre os temas quadrinhos, cinema, seriados de TV e até pequenos textos, que poderão agradar a alguns e desagradar a outros tantos. Sem fins lucrativos, apenas mera distração inconsequente. Pode parecer similar a outros já existentes, mas perceberão com o tempo um diferencial agradável. Enfim, vamos entrar no espaço do Impérios Rex e Lady Marian. Sejam realmente bem-vindos! Este espaço é para todos!

domingo, 2 de julho de 2017

PASSAGEIROS





 UMA HISTÓRIA DE AMOR QUE VAI LITERALMENTE PARA O ESPAÇO


Jennifer Lawrence (Linda como sempre) e Chris Pratt - Passageiros

Pode um conto de solidão no espaço cativar o público? Acredito que sim; Perdido em Marte de Ridley Scott nos provou isso em 2015. No entanto, em Passageiros, temos um mau aproveitamento dessa premissa para contar uma história de amor no espaço sideral, que também tem seus (muitos) problemas.

O diretor Morten Tyldum (O Jogo da Imitação) desenvolveu o roteiro de Jon Spaihts (A Hora da Escuridão, Prometheus, Doutor Estranho) de modo a casar uma trama sentimental com a ficção científica como pano de fundo, mas não consegue amarrar nem uma coisa nem outra.


Passageiros - Um conto de amor no espaço
A Starship Avalon é uma nave espacial de uma empresa privada que transporta mais de cinco mil pessoas em hibernação numa viagem que dura 120 anos. O destino? Um planeta-colónia chamado Homestead II. Só que uma das câmaras abre-se acidentalmente 90 anos antes da chegada ao destino e o seu inquilino, Jim Preston (Chris Pratt, ator televisivo transformado numa das novas estrelas de Hollywood), um engenheiro mecânico, descobre que não era para ter acordado tão cedo, e que os outros 5.000 passageiros estão em risco.
Um drama de ficção científica cheio de implicações morais e filosóficas.


O elenco inclui, além de Pratt, Jennifer Lawrence, Michael Sheen, Laurence Fishburne e Andy García. 

O filme aborda a evolução da espécie humana, que se expandiu pelo cosmo e colonizou diversos planetas. Como ainda não inventaram uma maneira de mandar as pessoas despertas para seus novos lares, as naves são automatizadas. Todos os humanos a bordo hibernam por décadas, até mesmo séculos até chegarem em seu novo lar.

A Avalon, que aparece no filme é fantástica. Uma cidade automática que funciona como um reloginho, realizando uma viagem de 120 anos para um novo planeta enquanto os passageiros e tripulação dormem. Isto é, até uma série de infortúnios acordarem o engenheiro mecânico Jim Preston e a jornalista Aurora Lane (Jennifer Lawrence, da franquia Jogos Vorazes, X-Men: Apocalipse e Oscar de Melhor Atriz em O Lado Bom da Vida). Qualquer semelhança com a princesa Aurora de A Bela Adormecida não é mera coincidência.

E não há como eles voltarem a hibernar; então estão basicamente condenados a morrer durante a viagem.

O primeiro ato, que explora a solidão que Jim passa a bordo da Avalon (ele vive totalmente sozinho por um ano inteiro), acompanhado apenas dos robôs multifuncionais e de Arthur (Michael Sheen, em uma excelente atuação), um androide que trabalha como bartender e tão somente, visto que ele não possui pernas.
 
Michael Sheen roubando as cenas
Preston se vê com o dilema de que o homem precisa interagir com outros para existir (a teoria aristotélica do animal social) e passa por uma série de dilemas morais até Aurora entrar em cena.
É preciso ser justo em dizer que Jim toma essa decisão, acordar Aurora, momentos
depois de quase cometer suicídio e que isso não lhe dá direito de comprometer a vida de alguém. O roteiro também não passa a mão na cabeça do personagem em momento algum, tanto que Aurora corta relações com o seu “assassino” assim que toma conhecimento da verdade. Quando Laurence Fishburne entra em cena, ele também condena a ação criminosa de Jim, que por sua vez, passa para o espectador todo o remorso pela escolha que fez para salvar a sua vida  Só que essas são discussões que a maioria do público alvo de Passageiros não se preocupa em levantar.
 Aí o fantástico dá lugar a um romance conturbado entre duas pessoas de mundos (no sentido figurado) completamente diferentes: uma garota rica e um operário de classe baixa que evolui para acontecimentos mais drásticos e perturbadores.

No entanto toda a discussão moral do segundo ato é posta de lado em prol da cascata de acontecimentos do terceiro ato, que acontecem num ritmo alucinante e acabam por mascarar todo o conflito entre os personagens. O ator Laurence Fishburne, que faz uma ponta como o oficial Gus Mancuso acaba servindo como uma liga entre os dois, jogando Aurora e Jim em um redemoinho que culmina em um final absurdo, se pararmos para pensar em tudo que os personagens passaram e/ou fizeram um ao outro.

As atenções estarão todas no romance bobinho, nos belos efeitos visuais (a sequência da piscina é uma das mais bonitas e tensas da trama), e no suspense para descobrir o que há de errado com a nave (o que acaba sendo uma justificativa do roteiro para o crime cometido por Jim: o que são duas vidas perdidas quando outras 5 mil são salvas?). O que é uma pena, já que blockbusters sempre são a melhor maneira de discutir essas questões tão sérias e importantes para o bom convívio e respeito entre homens e mulheres.


Assista ao Trailler de Passageiros






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