Bem-vindos ao Impérios Rex e Lady Marian!

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Este site foi criado objetivando trazer um pouco de entretenimento, ao meu ver, saudável, pelo menos pra mim, que gosto de escrever, ler e comentar, e a partir daí gerar discussões sobre os temas quadrinhos, cinema, seriados de TV e até pequenos textos, que poderão agradar a alguns e desagradar a outros tantos. Sem fins lucrativos, apenas mera distração inconsequente. Pode parecer similar a outros já existentes, mas perceberão com o tempo um diferencial agradável. Enfim, vamos entrar no espaço do Impérios Rex e Lady Marian. Sejam realmente bem-vindos! Este espaço é para todos!

sábado, 28 de julho de 2018

A TUMBA DE DRÁCULA POR MARV WOLFMAN E GENE COLAN




O talento de Gerry Conway, Archie Goodwin, Gardner Fox, Marv Wolfman e Gene Colan trazem a volta de Drácula


O TERROR ESTÁ DE VOLTA  ( ou quase)


Recentemente, a Panini resolveu republicar histórias clássicas dos personagens de terror da Marvel, mais especificamente as histórias que retomaram o gênero na editora durante os anos 70. O primeiro foi a Tumba do Drácula, seguido por Motoqueiro Fantasma e, O Lobisomem. Mas, antes de qualquer coisa, é importante, especialmente para leitores mais jovens, levar em consideração alguns aspectos destas histórias.
Um deles é seu contexto histórico: durante muito tempo, as HQs americanas viveram sob a sombra do Comics Code Authority,  que impôs uma série de limitações sobre o que podia e o que não podia ser feito numa história em quadrinhos. Uma delas é que uma HQ não poderia exibir cenas de violência, crimes ou uso de drogas, e não poderia figurar monstros como vampiros, lobisomens ou outras criaturas macabras. Nem preciso dizer que isso praticamente sepultou o terror nos quadrinhos  (apenas editoras como a Warren seguiram publicando terror por conta do formato de suas revistas, que escapava do escopo do Comics Code).
Mas nos anos 70, houve uma revisão do código que permitiu o uso de monstros clássicos, como Vampiro, Lobisomem, Frankenstein, etc, desde que “no estilo dos clássicos vitorianos”. Foi a brecha que a Marvel precisava para trazer de volta os monstros dos quais a editora era bastante familiar. É nessa retomada que surgiram os personagens macabros da Marvel mais reconhecidos hoje, como O Lobisomem, O Motoqueiro Fantasma, o Homem Coisa e Blade.
O problema é que, apesar dessa revisão, o Comics Code ainda continuava com uma série de restrições, então era possível usar estes monstros, mas não dava para ir tão longe no quesito “terror”. O que estes personagens da Marvel se tornaram então foi um amálgama com o gênero dos super-heróis. É neste contexto que A Tumba do Drácula se encaixa.
Revisitando o clássico de Bram Stocker, a Marvel criou uma espécie de sequência passada nos tempos modernos (por “modernos” entenda, é claro, os anos 70), onde Drácula retorna à vida e segue tentando saciar sua sede de sangue. Para combatê-lo, temos a dupla formada por Frank Drake, um descendente do próprio Drácula, e Rachel Van Helsing, descendente do assassino do vampiro. A eles se junta, eventualmente, Dr. Quincy Harker, filho de Johnatan e Mina Harker, e ocasionalmente, personagens como o caçador de vampiros Blade.
Quanto às edições em si, não há muito o que comentar: a Panini preza, nestes volumes, pela lei do menor esforço e só joga as histórias traduzidas na edição, sem se preocupar com textos introdutórios ou em contextualizar o período. Não me incomodo nem um pouco com o tipo de papel que usam nestas compilações, mas material deste tipo pede ao menos alguma nota contextualizando o leitor desavisado. Não precisa contratar um historiador de quadrinhos e escrever um dossiê sobre o período, um pequeno texto já estava bom. Para piorar, há algumas referências a histórias publicadas aqui antigamente por editoras como a Bloch, e a edição possui notas de rodapé que apontam para essas edições – aparentemente sem se preocupar com o fato de que elas não podem mais ser encontradas em bancas; quando muito, com sorte, em sebos ou pela internet.


COLEÇÃO  MARVEL TERROR -  TUMBA DE DRÁCULA



A Tumba de Drácula Volume 01

O primeiro volume, que compila as primeiras 6 edições, tem um ritmo sinuoso, por conta da frequente troca de roteiristas. No entanto, serve como ponto de partida para restabelecer o vilão nos tempos modernos, introduzir seus antagonistas e posicioná-los dentro do universo Marvel da época. No entanto, várias histórias sofrem com problemas de narrativa (em especial a história em que Drácula consegue voltar no tempo e tenta matar Van Helsing – ainda bem que isso é resolvido em uma edição só). Neste volume, os roteiros ficam por conta de Gerry Conway, Archie Goodwin e Gardner Fox, com arte de Gene Colan.
(The Tomb of Drácula  01 à 06 e Drácula Lives 01)



 






A Tumba de Drácula Volume 02

A partir do segundo volume, que compila as edições 7 a 14 da revista original, a coisa ganha um ritmo mais equilibrado e temos participações de um personagem importante do universo sobrenatural da Marvel, Blade (com um visual classicamente anos 70). O plot se complica, conhecemos Quincy Harker e temos um pouco mais do uso de equipamentos modernos (mais uma vez, por “modernos” entenda dos anos 70) para tentar matar o Drácula, o que parece algo óbvio, mas que havia sido pouquíssimo explorado nas primeiras histórias. A introdução de Blade adiciona uma dinâmica muito mais interessante aos personagens, que deixam de ser os “heróis típicos” para serem os heróis Marvel típicos, ou seja, pessoas com seus problemas de personalidade e seus passados turbulentos. E não é a toa que a qualidade melhora: os roteiros passam a ficar sob comando de Marv Wolfman, enquanto que os desenhos permanecem com Gene Colan.
(The Tomb of Drácula 07 à 14) 





A Tumba de Drácula Volume 03

O terceiro volume, além de compilar as edições 15 a 21 de A tumba de Drácula, também traz a edição 15 de Werewolf by Night, protagonizada pelo Lobisomem Jack Russel. Apesar da presença do Lobisomem e de um tipo de Frankenstein, aqui já não existe mais intenção nenhuma de casar as raízes do personagem no terror e Drácula se transforma totalmente num anti-herói típico, com direito até a supervilão que é um cérebro numa “cuba” que quer roubar os poderes do vampiro (!). A qualidade cai um pouco, mas a partir deste volume é possível ter de forma bem clara a direção que a série seguirá – o que pode ser bom ou ruim, dependendo de quem lê.
(The Tomb of Drácula 15 à 21 e Werewolf by Night 15)








A Tumba de Drácula Volume 04


A Tumba do Drácula é uma boa pedida para colecionadores e para quem é interessado em histórias antigas – e leva em consideração o contexto em que essas histórias foram criadas. Não é necessário ter lido a obra original de Bram Stocker para seguir a história, mas talvez não seja uma hq muito recomendado para leitores casuais, nem para leitores acostumados apenas com HQs de super-herói, pois o ritmo é diferente, a narrativa é datada e talvez você queira gastar seu dinheiro com coisas mais contemporâneas.
(The Tomb of Drácula 22 à 27 - Giant-Size Chillers  01 e Giant-Size Drácula 02)









A Tumba de Drácula Volume 05

O volume 05  apresenta histórias originalmente publicadas em The Tomb of Drácula 28 à 32  - Giant-Size Drácula 03 e Giant-Size Drácula 04

















A Tumba de Drácula Volume 06

O Volume 06 apresenta histórias originalmente publicadas em The Tomb of Drácula 33 à 38 - Giant-Size Drácula 05 e Drácula Lives 01









                                                                       
          







A Tumba de Drácula Volume 07

O Volume 07 apresenta histórias originalmente publicadas em The Tomb of Drácula 39 à 44 - Doctor Strange 14 e Drácula Lives 02 


















O Volume 08 apresenta histórias originalmente publicadas em The Tomb of Drácula 45 à 51 e Drácula Lives 02 e 03 
















Escrito por Marv Wolfman e desenhado por Gene Colan e Tom Palmer em quase toda a extensão do título que durou de 1972 a 1979, a Tumba de Drácula não deixa nada a dever para os filmes clássicos de monstros da Universal. Com o afrouxamento do Código dos Quadrinhos nos anos 70, a Marvel viu ali uma oportunidade de publicar aventuras estrelando criaturas sobrenaturais. Surgiram então os títulos The Monster of Frankenstein, Werewolf by Night e Tomb of Dracula.


O crítico de quadrinhos Douglas Wolk, em seu livro Reading Comics, fala o seguinte sobre A Tumba do Drácula: “O que faz A Tumba do Drácula funcionar como um quadrinho é que o trabalho artístico de Colan e Palmer possui o mesmo efeito de atiçar nossa adrenalina. Painéis borrados dentro do espaço de outros, suas bordas se mantêm navegando nos ângulos corretos e sendo obscurecidas por névoa e vapor; o espaço é torcido e embaçado e as linhas são espiraladas num redemoinho. Isso está por todas as partes”.
A aventura pulsa nas páginas e nas nossas veias enquanto lemos A Tumba de Drácula e acompanhamos seu mestre, o Lorde Vlad Drake em sua incessante busca por sangue, numa das fases mais elogiadas do horror nos quadrinhos. Uma leitura que não deixo de recomendar para qualquer um que não tenha sangue de barata.
Boa leitura.


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