Bem-vindos ao Impérios Rex e Lady Marian!

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Este site foi criado objetivando trazer um pouco de entretenimento, ao meu ver, saudável, pelo menos pra mim, que gosto de escrever, ler e comentar, e a partir daí gerar discussões sobre os temas quadrinhos, cinema, seriados de TV e até pequenos textos, que poderão agradar a alguns e desagradar a outros tantos. Sem fins lucrativos, apenas mera distração inconsequente. Pode parecer similar a outros já existentes, mas perceberão com o tempo um diferencial agradável. Enfim, vamos entrar no espaço do Impérios Rex e Lady Marian. Sejam realmente bem-vindos! Este espaço é para todos!

domingo, 29 de julho de 2018



CURIOSIDADES DE THE TOMB OF DRACULA 



A Tumba de Drácula (The Tomb of Dracula), foi uma aposta pesada da Marvel Comics nos quadrinhos de terror nos anos 70, e foi publicada  entre 1972 até 1979 com um total de 70 edições, firmando Drácula como um personagem canônico no Universo Marvel (mais recentemente, o personagem participou ativamente de um longo arco dos X-Men), com vários crossovers com outros personagens  e a criação de Blade, o caçador de vampiros. O sucesso dessa publicação levou a varias outras, inclusive o Monstro de Frankenstein, ainda que sem o mesmo sucesso.

Os primeiros seis números da revista, objetos desta matéria, foram originalmente publicados entre abril de 1972 e janeiro de 1973 e, recentemente, foram publicados no encadernado da Panini Comics na série Coleção Marvel Terror #1. No primeiro número, intitulado somente “Drácula”, vemos o renascimento do famoso Conde, depois que seu descendente, Frank Drake, decide viajar para a Transilvânia para visitar e, com a ajuda de seu amigo Clifton Graves e a noiva Jeanie, possivelmente explorar o potencial turístico do castelo e do nome Drácula (Drake é uma corruptela do nome mítico, claro) que ele herdou. Não demora nada e o esqueleto do monstro é achado em seu caixão por Clifton, com uma estaca fincada em seu coração, cortesia de Abraham van Helsing um século antes. Claro que a estaca é retirara e voilà, Drácula vive!
Pelo que reza a lenda (não a de Drácula…), quando Gerry Conway foi contratado para escrever a história, a arte de Gene Colan já estava pronta, com base em diálogos criados por Stan Lee e Roy Thomas, pelo que Conway não teve realmente muito espaço, apesar de receber crédito solo pelo roteiro. E, realmente, o resultado é uma história apenas interessante pela sua arte, mas que sofre de um roteiro extremamente expositivo – o estilo Stan Lee de escrever – que inibe a progressão narrativa. Todos os elementos clássicos do vampiro, porém, são mantidos, como o icônico fraque com capa de forro vermelho e a aparência nobre do Conde.
O primeiro número, que acaba com Jeanie transformada em vampiro, recebe uma continuação direta no segundo número – O Medo Interior! – esse sim escrito por Conway, que começa, ainda que discretamente, a acertar o rumo da história. A ação é transferida para Londres, após breves páginas ainda na Transilvânia, com Drácula viajando para lá para recuperar seu caixão, furtado por Frank. O Príncipe dos Vampiros é ajudado por Jeanie e a falta de urgência que marca o primeiro número abre espaço para uma boa quantidade de ação que, porém, ainda é muito limitada, explorando muito pouco os poderes dos vampiros. Outro problema é que Frank Drake é um herói muito simplista para realmente engajar o leitor.
Essa situação muda com a entrada de Archie Goodwin no roteiro logo no terceiro número. Ele nos apresenta aos personagens Rachel Van Helsing, bisneta (e depois neta, em leve retcon) de Abraham van Helsing, e seu ajudante indiano mudo e gigante Taj. Com isso, Frank Drake passa a fazer parte de uma equipe caçadora de vampiros, o que nos faz esquecer um pouco do quão insosso ele é. A história, intitulada Quem Espreita o Vampiro?, também é bem interessante e fecha o mini-arco referente ao caixão de Drácula, com o Conde controlando Graves como faz no clássico de Bram Stoker. Novamente os poderes do vampiro são desperdiçados e é muito fácil derrotá-lo, mas Goodwin imprime uma boa estrutura narrativa que inicia a efetiva caçada a Drácula.
No número seguinte, na história Pelo Espelho Sombrio!, um novo mini-arco é iniciado envolvendo o tal espelho do título, de propriedade da Senhora Strangway que, há 20 anos, tinha rosto lindo e corpo escultural e deseja tê-los novamente, nem que para isso tenha que se transformar em uma vampira. Ela é a compradora do Castelo Drácula e o vampiro vai atrás dela para recuperar o que é dele somente para receber uma oferta da mulher: vida eterna e aparência jovem em troca de um espelho que permitiria ao Conde viajar no tempo (sim, isso mesmo). Como todo pacto com o diabo, a coisa não funciona muito bem para a vítima na melhor história das seis aqui comentadas. Há angústia palpável na Sra. Strangway e Drácula ganha novos contornos ao reparar que ele nada mais é do que alguém completamente fora de seu tempo.
  
Em Morte a um Caça Vampiro!, escrito por Gardner Fox (o criador da Sociedade e da Liga da Justiça), Drácula, no passado (por intermédio do espelho) tenta matar Abraham van Helsing em uma história que se contradiz o tempo todo. Em determinado momento o vampiro está no passado depois de Van Helsing matá-lo e, em outro, ele está no passado antes de Van Helsing matá-lo. Fica muito confuso, mas, em última análise, o fato é que isso não importa realmente se pararmos para pensar. O importante é a viagem no tempo em si a perseguição de Drácula por Frank, Rachel e Taj em uma história que infelizmente deixa de aproveitar os paradoxos temporais.
Finalmente, em O Monstro da Charneca! (que mania de colocar exclamações…), o arco do espelho sombrio acaba, com Drácula voltando ao presente em um pântano – ou charneca – na Inglaterra, com nossos heróis ao seu encalço. Ele logo se alimenta de uma empregada local cujos patrões têm um segredo envolvendo o tal monstro do título. É um pouco lobisomem versus Drácula só que sem o conflito e sem a urgência de uma história dessa natureza.
Como mencionei, o grande destaque de todo esse primeiro arco de seis números é a arte de Gene Colan. Atmosférica e com traços elegantes, o famoso desenhista acerta o tom das histórias desde o primeiro número, marcando o começo de sua longa permanência na série. Como era comum na época, não há uso de splash pages ou mesmo imagens de maior destaque, mas o trabalho de Colan é fluido e seus personagens – especialmente as transformações de Drácula em morcego e vice-versa – são particularmente bem desenhados, com características próprias que os marcam sem muita dificuldade, mesmo no caso do sem graça do Frank Drake.
A Tumba do Drácula é, nesse começo, uma obra ainda cambaleante, mas que definitivamente diverte. O futuro traria muitos momentos interessantes, mas a constante e prazerosa arte de Colan já atrairá o leitor de HQs. Colan desenhou praticamente todos os números de Tomb of Dracula. Gene Colan morreu em 23 de Junho de 2011. Desenhou ainda com extrema maestria na Marvel: - Demolidor, Capitão América, Homem de Ferro, Guardiões da Galáxia (1ª formação), Namor, Doutor Estranho.


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