A SAGA DO MONSTRO DO PÂNTANO
Minha intenção era comentar a "Coleção Histórica Márvel" dos X-Men (04 volumes da Panini Comics) mas eis que vejo um lançamento extraordinário: A Saga do Monstro do Pântano, de Alan Moore. Que me perdoem os pupilos de Charles Xavier, mas ficaram para depois. Rapidinho, vamos lembrar que o personagem O Monstro do Pântano (The Swamp Thing) foi criado para uma historieta curta da revista The House Of Secrets número 92 (DC Comics - abril de 1971) por Len Wein e Bernie Wrightson. Aqui no Brasil esta história foi publicada na antiga revista Misterinho em cores - A Casa Mal Assombrada (Ebal). The House 92 vendeu mais que os títulos mais tradicionais da época (Superman, Batman e Mulher Maravilha). Como era um empresario muito esperto, o então editor geral da DC, o grande artista Carmine Infantino, pediu a Bernie e ao Len para transformarem aquela história curta em uma série periódica. A principio eles se negaram, mas após um ano aceitaram a idéia, porém começando do zero, ou seja, um novo começo para o personagem. O número 01 de Swamp Thing foi sucesso imediato ao chegar às bancas em agosto de 1972. Nos anos seguintes, o mundo do personagem Alec Holland, foi recheado de personagens de apoio tão marcantes quanto o cientista louco Anton Arcane, sua bela sobrinha Abigail, o agente federal Matt Cable e mais uma variada miríade dos mais terríveis, grotescos e maravilhosos monstros que você possa imaginar. Depois de 10 edições, Bernie decidiu deixar o título. Len Wein continuou escrevendo por mais três edições trabalhando com o extraordinario artista filipino Nestor Redondo, até perceber que ja não se divertia mais sem a parceria com Bernie. Com a saída do escritor Len Wein, a revista continuou, alternando os roteiristas, primeiro com David Michelinie e depois com Gerry Conway. Mas a curva econômica dos retornos decrescentes prevaleceu e, depois de cerca de 12 edições, Swamp Thing foi cancelada. Em 1982 o roteirista e diretor Wes Craven (A Hora do Pesadelo), decidiu fazer um filme do Monstro do Pântano. Nesta época o escritor Len Wein estava trabalhando para a concorrente da DC, a Márvel Comics, quando ao saber da realização de um filme com sua criação entrou em contacto com a editora geral da DC Jenette Kahn sugerindo que os quadrinhos do Monstro devessem voltar, para apoiar o filme. Com roteiros de Martin Pasko e desenhos de Tom Yeates a revista voltou com o título de The Saga Of The Swamp Thing, com a numeração iniciando do 01. Martin Pasko abandona a revista no número 19. Neste momento entra em cena Alan Moore, que já era sucesso na Inglaterra, (Doctor Who Weekly, 2000 AD, Marvelmen (nos EUA Miraclemen), o ótimo suspense politico V de Vingança, que lhe deu o prêmio British Eagle de melhor roteirista em 1982 e 1983), para dar uma repaginada no personagem e eleva-lo a patamares jamais imaginados. Moore foi convidado a assumir o título por um de seus criadores, Len Wein. "Chove lá fora esta noite. Pingos gordos e mornos de verão pintam manchas de onça nas calçadas. No centro, velhas senhoras correm às sacadas carregando vasos de plantas como se fossem parentes doentes ou filhos únicos". Esta introdução é simplesmente extraordinaria. Com desenhos de Steve Bissete e John Totleben, o número 20 de The Saga Of The Swamp Thing inicia a era Alan Moore; com o título Pontas Soltas, a história faz o encerramento da maioria das tramas pendentes de Marty e, ao mesmo tempo, prepara terreno para as notáveis histórias por vir. É necessário dizer que de 1983 a 1987, Alan Moore revolucionou os quadrinhos dos Estados Unidos. Sua abordagem revolucionaria na séria do Monstro, definiu novos padrões para a narrativa gráfica e desencadeou uma revolução na nona arte que repercute ate os dias de hoje. O resultado é uma das mais duradouras obras-primas dos quadrinhos. Vale a pena acompanhar a Saga do Monstro do Pântano, em seis edições, que reproduzem todo o trabalho de Moore na revista The Saga Of The Swamp Thing. Confiram.
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