NUNCA HOUVE UMA MULHER COMO GILDA
Johnny
Farrell (Glen Ford) é um vigarista americano que ganha à vida nos submundos de
Buenos Aires trapaceando em diversos tipos de jogos. Certa noite ao ser
encurralado por um insatisfeito perdedor, Johnny é salvo por Ballin Mundson, (George
MacReady) o inescrupuloso dono de um cassino ilegal. Devido seus “talentos”
Johnny é convidado para trabalhar no cassino, onde rapidamente acaba se
tornando gerente e braço direito de Ballin. A fiel relação entre os dois
é completamente arruinada quando Ballin retorna de viagem casado com Gilda (Rita
Hayworth) a antiga e mal curada paixão de Johnny. O filme ao ser lançado
em 1946 obteve enorme sucesso de público enquanto as criticas o consideravam
provocativo, devasso e imoral. Rita Hayworth, a então protegida de Harry
Cohn e estrela máxima da Columbia, brilha e irradia sensualidade como nenhuma
outra atriz de Hollywood conseguira fazer desde a implantação do código
Hays. A sequência que ela canta Put the Blame on Mame sugerindo
um streaptease é um dos momentos mais eróticos do cinema clássico. Não é por
acaso que o cartaz do filme já dizia: “Nunca Houve Uma Mulher Como Gilda”; De
fato só podemos concordar com o slogan, pois, se hoje o filme ainda é
arrebatador (e até mesmo forte se considerarmos algumas cenas repletas de
malicias sexuais) imaginemos, portanto quão grande foi seu impacto junto a
sociedade dos anos 40. Charles Vidor, que anteriormente já havia dirigido
Hayworth ao lado de Gene Kelly no ótimo musical Modelos (1944), com
Gilda alcançava seu ápice, pois não restam dúvidas que esse é seu melhor
trabalho.
Considerado
uma obra prima do cinema, com uma chocante fotografia de filme noir,
deslumbrantes cenários art déco e Rita
usando um guarda-roupa que deve ter inspirado várias coleções. Mas o melhor são
as falas, algumas infernais e que, depois, o cinema se cansou de copiar. Gilda
finge esquecer o primeiro nome de Farrell e comenta: “Johnny – nome difícil de
lembrar e fácil de esquecer”. Em outro momento, Farrell resume o seu desprezo
por ela, dizendo: “Há mais mulheres do que qualquer outra coisa no mundo –
exceto insetos”. A própria Gilda, numa avaliação ousada, se define: “Se eu
fosse uma fazenda, não teria cercas.
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Rita Hayhorth simplesmente deslumbrante |
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